Sobre Tamanhos
dos olhos embranquecidos, dos ouvidos quase surdos
uma escada que desce, promesas antigas
o negrume sem calor ou frio
quem está no fim? qual das mãos me espera, estendida?
desde antes, uma matriz conspurcada.
de onde vem a força? de onde vem a idéia da possibilidade?
minhas fronteiras selvagens resistem, sempre vão resistir
abandonado o paradoxo, aceita a dicotomia, o que me resta?
quem sou eu sem a minha dor?
..
vícios de linguagem e de sentir
tudo tão ultrapassado
..
o tempo passou, mesmo para mim, que sempre me senti tão lapidal
tudo mudou, mesmo que para permanecer
muitos ciclos, muitas reinvenções
não sou mais o que começou, não sou mais a metamorfose
não tenho mais versões
a vida se provou enorme
..
do meu avô materno, tenho pouco
manhãs à beira da piscina, regata branca, calça de pijama, chapéu de palha, voltas e voltas
a televisão e a cama, tv bandeirantes e o futebol, uma poltrona de couro encarquilhado
iodo na ponta dos dedos
meu ideal de biblioteca, parede enorme e livros de ponta a ponta, "a poeira ajuda na preservação dos livros", coleção de dicionários, um deles de truques mágicos, em francês
uma ex-libris que dizia ser possível saber o tamanho do universo se soubéssemos o tamanho do homem
e a vida se provou enorme
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