Sobre 29
momentos, sob momentos
e dias, após outros dias
e sombras brancas, e gólgotas pelas paredes, agrilhoado pelos punhos e tornozelos, com o coração devorado a cada fim de dia, Prometeu de minha megalomania.
meus fronts
sempre meus fronts e suas trincheiras.
cavadas na pele, endurecidas de sangue pisado, testemunhas de guerras sem nome, provas das minhas vitórias, estigmas das minhas derrotas.
o front do erro, do desvairo, do irreparável.
o front da irresponsabilidade, da vergonha, do inegável.
o front das exigências, para sempre impossíveis.
o front dos espaços externos, gelados, inóspitos e imensuráveis.
o front do meu amor.
--
compreendi.
compreendi sem palavras, compreendi num átimo.
compreensão inexplicável.
mas compreendi.
não fico mais tão triste, não fico mais tão ancorado em sombras, minha felicidade se descolou daquele momento e seguiu adiante, coágulo por artérias, atrasada, descompassada com meu presente, mas resoluta, definida desde sempre em sua função de morte
- sim, acredite, estou a ponto de te alcançar, portanto não desista, e dance, igual ao livro, igual ao oráculo, igual a fantasia, dance até seu coração explodir, até se dissolver em tudo, até se esvanecer em silêncio, até alcançar a amplitude branca que foi prometida. ela será sua, um dia.
um dia qualquer.
e, até lá, nos fronts, guerreando pelo silêncio, guerreando por vc.
1 Comments:
all the god's childrens can dance.
v.
Postar um comentário
<< Home