Sobre Sonhos
mas sou assim, prático ao ponto da paralisia, tão lógico que dou a volta completa e alcanço, por detrás, o absurdo. incoerente de tanta explicação.
e não controlo meus sonhos, e não controlo mais nada, e me vejo assaltado por detalhes que grudam na minha pele, queimam meus olhos e inundam minha vida com coisas antigas e perdidas.
pequenos detalhes
fios muitos lisos e escuros
a posição de alguma mancha
a distribuição dos músculos
e um distanciamento quase piedoso que me faz querer berrar a injúria da piedade e tomar tudo para mim, como neanderthal em que me transfiguro diante da catedral da sua ausência.
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o que me salva é a minha praticidade
e lá pela hora do almoço, as coisas terão voltado ao normal.
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